25.10.10

Gente, dia comprido esse, viu? Muita informação para a cabeça da gente. E para a de vocês também, né? Por isso resolvemos dividir em duas partes. Bruno contou sobre a Casa da Virgem Maria e Éfesus. Agora, vou falar de Hierápolis e Pamukkale.

Hierápolis foi fundada como um balneário, no início do século II a.C. e entregue por Roma a Eumenes II, rei de Pérgamo em 190 a.C.. Tornou-se um centro de cura, graças a suas fontes termais que eram utilizadas pelos médicos para tratar seus pacientes. Em 133 a.C., quando o rei Átalo III morreu, legou aos romanos a cidade de Hierápolis juntamente com o restante do reino de Pérgamo.

A cidade sofreu alguns terremotos, em especial o de 60 d.C., sob o Império de Nero, que deixou em ruínas a cidade. Com isso, sua reconstrução seguiu os padrões de construções romanas e atingiu sua forma atual. As ruínas que vemos agora, portanto, são desta época em diante.

A guia, infelizmente, não deu muita atenção às ruínas de Hierápolis. Foi caminhando por dentro da cidade parecendo ter uma certa pressa de alcançar Pamukkale. Tá, Pamukkale é o auge do passeio. Mas e daí? Fico nervosa de ir passando por ruínas sem saber o que são... Eu passava e pensava: “ah, um dia eu ainda volto aqui sem guia. Ah, volto! E quero um audioguia e passar um dia todo aqui. Aliás, Éfesus também merece um dia. Ô...”

De longe, avistamos o teatro. É de 200 a.C. e acomodava até duzentas mil pessoas.






Por todo o chão, víamos “canaletas” que conduziam a água das termas até as casas.






A guia, então, parou, juntou o grupo e avisou que tínhamos 1h30min para andar por ali. Uma miséria para ver tudo o que meu livro mostrava. Decidimos que iríamos até as piscinas termais e a Pamukkale.

Como todo mundo foi direto para Pamukkale, Bruno resolveu, espertamente, fazer o contrário. Fomos conhecer as tais piscinas de Hierápolis. Bom, parecia que estávamos entrando num resort. Pessoas estiradas em espreguiçadeiras, com suas bebidas, e outras dentro da piscina. Mas não era uma piscina qualquer. Dentro dela, há várias ruínas, pedaços de mármore e de colunas. Há quem diga que, ali, havia uma piscina sagrada, ligada ao Templo de Apolo. Se eu entrei? Não, não daria tempo. Com guia, a gente fica muito limitado, tudo é contadinho no relógio. E eu perdi a oportunidade de me banhar em águas sagradas. Que puxa...









Havia também um “Centro Médico”. Bem, na real, um médico numa salinha. Há dias Bruno estava com uma vista vermelha e nada de melhorar. Ele disse que não estava doendo, mas que a vista estava turva. Quando eu vi o médico, pedi ao Bruno para ir lá. Claro que pensávamos que o médico falasse inglês, né? Afinal, lá é um expressivo ponto turístico. Ã-hã...

Bruno entrou explicando tudo em inglês. O médico prestava a maior atenção e foi puxando a cadeira. Bruno sentou, virou a cabeça para trás e continuou explicando. E o médico, enquanto examinava o olho dele, olhava para mim e me perguntava tudo em turco. Oi? É comigo? Ah, mas não me fiz de rogada! Ele apontou para a piscina e eu respondi, em português claríssimo: “não, ele não entrou na piscina...” Inglês para quê, não é mesmo? E ele provavelmente só entendeu meu meneio com a cabeça. Resmungou algumas coisas, como quem pensava em voz alta e pegou um colírio e pingou algumas vezes. Depois pegou um pedaço de papel e escreveu o nome de um colírio. Falou em seu turco inconfundível para o Bruno usar duas vezes ao dia. Bom, foi o que eu entendi olhando para os dois dedos dele em “V”...

E, então, fomos para o “grand finale”: Pamukkale, que significa “Castelo de algodão”. Sem-sa-cio-nal! Tudo branquinho! Pareciam salinas em degraus.







Esses “degraus” são formados por camadas de carbonato de cálcio. E o procedimento é mais ou menos assim: a água das fontes termais, conforme desce as encostas, perde dióxido de carbono, deixando depósitos de calcário.




Para proteger solo tão especial, só é permitido entrar descalços e em apenas uma parte. A sensação é a mesma de andar em cima de gesso. A água é quentinha e é uma delícia relaxar os pés nela!




E ainda pegamos o sol se pondo...




Foi um dia intenso, incrível e cansativo.

Bom, gente, até o próximo post então, com um pouco da história do Mevlana!

10 comments :

  1. Que máximo!
    Eu me lembro de um reportagem da revista terra exatamente neste lugar.
    Na Espanha, em Tarragona, cada boteco que você e entra tem paredes de sei lá quantos anos em a.C e pouco em d.C rs
    As pessoas se acostumam e muitas não tem curiosidade. Este deve ser o caso e da guia e do resto do grupo também , claro que nao dos Perrengueiros!!!!

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  2. Belíssimas imagens Lu, e um ótimo texto, bem descritivo! Adorei.. tai uma ótima sugestão de passeio de lua de mels!!

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  3. Marcelle, vc tem toda razão! Jamais os Perrengueiros deixariam escapar, por vontade própria, uma cidade como Hierápolis... Bjks!

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  4. Valeu, Weverson! Se vc gostou, aproveita e de Pamukkale vai p/ Capadócia. Ainda vamos publicar o post sobre a Capadócia e vc vai ver como é incrível! Bjs, Lu.

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  5. Lugar incrível e história incrível. Como vc fala em português com o médico? Huahuahuahuahuahua

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  6. Eu só respondi.... quem mandou ele falar em turco comigo? Hahahaha!

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  7. Eheyy eu tardo mas nao falho nunca!! O post ta tao completo que so faltou escreve-lo em turco!! Afinal alem da viagem teve o curso a jato de turco com o doutor, ne?? Ainda bem q era so um olho inflamado.. Imagina ter q explicar uma dor de barriga pra ele??? Ahuahauauahah
    Lugar maravilhoso e fotos iradas!! Nao tem jeito, sou membro do fan club perrengueiros!!
    Abracos e boa semana pra voces!!
    Michel
    www.rodandopelomundo.com

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  8. Oi Michel, adorei a ideia da dor de barriga. Deus me livre!!! Ele não ia entender nada! KKKK
    Valeu! Tb sou fã do teu blog! Bjs e mta paz!!!

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  9. Perrenguetesch, você vai acabar virando guia turistico!! Show de bola as fotos. Só fiquei com uma dúvida: o médico turco ao fazer o tal "V" com a mão queria saber "quantos dedos tenho aqui", ou, "são duas gotas por dia", ou, "são dois dólares, euros, ou turcos a consulta", ou, "pingar nos dois olhos", ou "são apenas dois dias pingando", ou... caraca, se a sauna turca já é digna de dúvida, imagina o médico?!? Espero que o Bruno esteja bem...hehehehehe Roberto Mauro

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  10. Hahahaha! Adorei o Perrenguetesch! Caraca, Beto, vc me deixou c/ uma baita dúvida! Rsrsrs. Bom, a nossa guia comprou o remédio e depois leu a bula e a receita pra gente. Bjs, Lu.

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