15.9.11


Elegemos o dia de hoje como o dia de conhecer a principal atração de Cardiff: O Castelo!


Nosso hostel era bem pertinho, então fomos a pé. Aliás, o hostel era muito bom e vale um post à parte (em breve!)

Cardiff tornou-se capital do País de Gales em 1955. Mas sua primeira ocupação remonta à época dos romanos que, aqui, construíram uma fortaleza no ano 75 d.C. Esta fortaleza esteve situada justamente onde, hoje, é o castelo de Cardiff. Antes de entrar no castelo, vale a pena, portanto, reparar em suas muralhas. É possível ver as ruínas do forte romano separadas do resto da muralha por uma faixa de pedras vermelhas.


Assim que entramos, demos de cara com o símbolo do País de Gales - que, aliás, eu adoro - o dragão (é claro que trouxe um de pelúcia para casa, né?).


É muito interessante estar no Reino Unido, mas ver como os galeses mantêm sua identidade, seja pela bandeira, seja pela língua. Todos os folders têm as mesmas informações dos dois lados, uma em inglês e a outra em galês.

Entramos na lojinha e compramos nossos tickets (11 libras) e audioguias (que, luxo dos luxos, aqui tem em português!). A primeira etapa do passeio é um video, que faz um “resumão” da história do castelo. Assim que ele acaba, um rapaz abre a porta de saída para gente, que é para dentro das muralhas. As muralhas são corredores fechados e com teto.


Estes corredores foram utilizados como abrigo durante a Segunda Guerra Mundial.


Para nos sentirmos como se estivéssemos naquela época, há um som de bombardeio aéreo, sirenes e tiros. As pessoas viveram ali durante os anos de guerra, pois Cardiff foi fortemente bombardeada pelos alemães, dada sua importância como porto e polo industrial. Havia várias camas beliche, uma cozinha e umas roupas penduradas, típicas de guerra.






Assim que o tour pela parte coberta dos muros acaba, temos uma visão magnífica de toda a área externa do castelo de Cardiff.


Há dois prédios principais: o castelo de Cardiff propriamente dito e a torre normanda. A torre me chamou a atenção na hora, por sua posição em destaque.


Ela foi a primeira fortaleza, construída aqui no século XI.

Nos jardins, podemos ver algumas reproduções de objetos medievais, como uma catapulta


e esse objeto utilizado para prender e torturar prisioneiros.


Durante os setecentos anos que se seguiram, a propriedade passou pelas mãos de várias famílias, até que, em 1776, tornou-se propriedade de John Stuart, filho do Conde de Bute. Em 1869, o 3º Marquês de Bute contratou um arquiteto excêntrico, chamado William Burges, que, até 1881, fez várias reformas no castelo, deixando-o com a aparência atual.






Por dentro, é bem mais impressionante. Começamos pela Sala Árabe. Se você me perguntar o que eu achei da sala, nem sei te dizer, porque fiquei com o pescoço dolorido de tanto olhar para o teto.


Essa sala foi uma das últimas a ser desenhadas por Burges, justamente no ano em que ele morreu (1881). O estilo do teto é conhecido como “muqamas”, feito de madeira dourada com folha de ouro e decorada.

A sala seguinte é a “sala de banquete”.


Essa é a maior sala do castelo e fica na parte mais antiga do prédio. As paredes são do século XV, mas toda a decoração é em estilo vitoriano e é temática. A lareira, por exemplo, mostra Robert, Conde de Gloucester e primeiro proprietário do castelo de Cardiff, montado em seu cavalo. Segundo dizia o guia, ele era filho ilegítimo do rei Henrique I.


As paredes foram pintadas em 1875 e ilustram histórias do século XII, quando Matilda, filha do Rei, lutou pelo trono do pai contra seu primo Stephen.


O próximo cômodo é a “sala de jantar pequena”. Era usada pelos membros da família Bute quando não havia convidados ou estes eram poucos.

Aqui, o teto também é espetacular e desenhado pelo próprio Burges.


O tema da sala é bíblico, inspirado no livro de Gênesis. A chaminé mostra três anjos circundados por Abraão e Sara e uma inscrição em grego logo abaixo diz: “não o sabendo, hospedaram anjos”.


Por último, visitamos a belíssima biblioteca, que fica na parte mais antiga da casa.


O tema da biblioteca é a literatura e a língua. Para variar, em cima da chaminé, havia alguma representação. Nesta, estavam representadas, em tábuas de pedra, as cinco línguas “antigas”: Grego, hebraico, assírio, hieroglíficos e o rúnio.


Um detalhe que achei muito interessante foi saber que o Lord Bute, embora admirador do mundo medieval, também era ligado em invenções modernas que lhe trouxessem conforto. Com isso, desde 1870, ele tratou de instalar aquecimento central no castelo!

Findo o passeio no castelo do Bute, nos dirigimos à imponente torre Normanda.


Como já disse antes, a torre Normanda é o prédio mais antigo do complexo. Foi construída no ano de 1093, por Robert Fitzhamon de Gloucester. Não só era utilizada como moradia, mas, também, como defesa militar.




A vista de lá é muito bacana! Dá para ver o castelo de Cardiff e, por trás, o Millennium Stadium.






A família Bute foi a responsável por tornar o porto de Cardiff o maior do mundo em exportação de carvão extraído das próprias minas do País de Gales e, também, de parte da Inglaterra. O 3º Marques de Bute, em 1860, era considerado o homem mais rico do mundo. Mas, com a morte do 4º Marquês de Bute, a família, cheia de dívidas, teve que se desfazer do patrimônio. Em 1947, o castelo de Cardiff e o Bute Park (que fica ao redor do castelo) acabaram doados à cidade de Cardiff.

Na saída, percorremos a calçada ao longo do muro do castelo para ver outra atração, o “animal wall”.


É um muro um pouco mais baixo, “protegido” por vários animais.




As estátuas foram colocadas entre 1885 e 1923.


Adorei esse ursinho, que parecia estar olhando para mim.


Depois de passar a manhã e parte da tarde no castelo, fomos dar uma olhada nos arredores.

Ali bem perto, fica o bonito prédio da Prefeitura, construído em 1905.


No alto de sua cúpula, de 60m, está o dragão, o tão famoso símbolo do País de Gales.


Andando mais um pouquinho, chegamos ao National Museum of Wales. O museu conta a história do País de Gales desde a era pré-histórica.


É um museu bacana, mas não chega a ser uma atração imperdível.

Já de noite, voltamos ao hotel caminhando e aproveitamos para ver o castelo de Cardiff iluminado.


E por hoje foi tudo. No próximo post, nosso último dia no País de Gales, que vai deixar muita saudade...











1 comments :

  1. Estaremos (eu e minha esposa) em Cardiff para o jogo da final da Champions League, de 1 à 4 de junho deste ano!
    Só consegui hotel em Cardiff de 1 à 2, minha dúvida é se de 2 à 4 me hospedo estou em Swansea, Bristol ou em outra localidade, o que acha? Levando em consideração a distancia e demais aspectos turísticos.
    Desde já agradeço, se puder ajudar...

    ResponderExcluir