7.9.11

Como chegamos ontem meio tarde, hoje foi efetivamente nosso primeiro dia em Dublin. Assim como ontem, ventava muito quando acordamos, mas ainda não chovia.



Nosso hotel é muito bom (para saber mais sobre o hotel, clique aqui), mas o café da manhã é pago à parte. E já que o café deles aqui não me atrai nem um pouco (ovos, bacon e outras coisas gordurosas), passamos em uma das trocentas lojas de conveniência da O'Conell Street, compramos iogurte, frutas, sanduíche e saímos comendo para não perder tempo.

Ao atravessar a O'Conell Bridge, logo vimos o Banco da Irlanda de um lado e, bem em frente, a entrada principal do Trinity College. 

O Banco da Irlanda foi, originalmente, o primeiro parlamento erguido com este fim na Europa. Construído em 1739, foi comprado em 1800 pelo Banco da Irlanda, quando o Parlamento irlandês se dissolveu.




Entramos no Banco e pudemos ver o salão onde ficam os caixas. Era o antigo saguão da “House of Commons” (Câmara dos Comuns). Só pela sua beleza já deu para imaginar como teria sido, um dia, o resto do Parlamento.


Atravessamos, então, a rua e entramos no Trinity College. Havia um cartaz oferecendo um tour guiado por um euro a mais que o preço da entrada da biblioteca. Resolvemos segui-lo. A simpática guia era estudante de arquitetura e, em meia hora, nos deu um panorama geral da universidade.

A Trinity College ocupa um espaço bem grande, com muitos prédios. Foi fundada em 1592, pela rainha Elizabeth I, onde antes havia um mosteiro agostiniano.

Ao entrar, chegamos no Parliament Square. Aqui, estão os prédios mais bonitos, o dining hall (de 1761), o Examination Hall (1791) e a capela (1798). Os dois últimos são idênticos e ficam um de frente para o outro. 




A guia nos explicou que há uma brincadeira muito antiga que os alunos fazem a respeito desta posição dos prédios, dizendo que, de um lado, fica o paraíso (a capela), enquanto que, do outro, fica o inferno (a sala de provas).

No meio do pátio, há um imponente campanário, com trinta metros de altura, construído em 1853. 






Atrás do campanário, está a parte mais antiga da universidade. Um prédio de tijolos vermelhos, erguido por volta de 1700. 




Mas a grande atração do Trinity College não fica nesta parte do complexo e, sim, no Fellow's square ao lado. Dentro da Old Library, está o famoso Livro de Kells.



Está bem, nem tão famoso assim. Confesso que só tomei conhecimento dele quando comecei a estudar a viagem... O livro de Kells contém um texto dos quatro evangelhos escrito por monges irlandeses em latim e é o manuscrito irlandês mais rico em iluminuras da Irlanda.

A igreja irlandesa, na idade média, estava organizada de forma monástica. Os monges dedicavam-se integralmente ao estudo da “palavra de Deus” e a trabalhos manuais. No caso, uniram as duas coisas. Os escritores que copiaram o texto embelezaram a caligrafia com espirais entrelaçadas e com figuras humanas e animais. Acredita-se que tenha sido escrito por monges da cidade de Iona que, fugindo dos vikings, acabaram se refugiando em Kells em 806 d.C. No século XVII, foi levado para a biblioteca do Trinity College.

Infelizmente, não nos foi permitido tirar fotos do livro, nem da riquíssima exposição a seu respeito, a qual mostrava, até mesmo, os materiais e técnicas utilizados para colorir as iluminuras.

Subindo uma escada, chegamos ao “Long Room”, a sala principal da antiga biblioteca. Aqui estão duzentos mil dos mais antigos livros e documentos da biblioteca. Estava em exposição, inclusive, uma das doze cópias do manifesto pela proclamação da República de 1916, que ficou conhecido como “O Levante da Páscoa” (esse documento é muito importante para a história da Irlanda, pois este movimento reacendeu a luta pela república e, cinco anos mais tarde, a Irlanda conseguiu sua independência em relação ao Reino Unido). Há, ainda, a harpa mais antiga existente na Irlanda, que é do śeculo XV. Também não nos deixaram tirar fotos...

Quando saímos da biblioteca, chovia muito! O que, aliado ao vento, aumentava muito a sensação de frio! Mas, turista que é turista, segue em frente!

E lá fomos nós até outra biblioteca, a National Library, datada de 1890. Foi em sua sala de leitura que James Joyce situou um debate de seu livro Ulisses. 




Infelizmente, eu só li um livro do James Joyce, o “O Retrato do Artista Quando Jovem”. Com certeza, lerei “Os Dublinenses” e “Ulysses” quando voltar, porque dizem que a descrição da cidade em seus livros é perfeita. Aliás, o próprio Joyce dizia que se, por alguma razão, Dublin fosse destruída, bastava reconstruí-la com base nos relatos de “Ulysses”.

Continuando nossa caminhada pela chuva, passamos em frente à casa do prefeito de Dublin. Construída em 1710, vem sendo a casa dos prefeitos desde 1715.




Fomos finalizar nosso dia no Saint Stephen's Green e na Grafton Street, uma rua de pedestres que fica bem em frente à entrada principal do parque (essa aí da foto abaixo).




O parque é bem grande, um quarteirão inteiro. Logo próximo à entrada há um lago.




Havia um cisne lindo e solitário bem perto da beira, posando para os turistas! Mas, bem na hora que o Bruno ia tirar a foto, uma japonesa se meteu na frente para ela tirar a foto do cisne! 

Vai aqui o meu parêntesis: sinceramente, não entendo como os japoneses, pessoas tão educadas, quando estão tirando fotos, parecem possuídos por uma súbita falta de educação e respeito pelo próximo.

Para que não perdessemos nossa foto e a japonesa passasse vergonha (sim, ela merecia!), gritei um “excuse me”, cutucando-a bem forte nas costas. Funcionou. Bruno achou um pouco de exagero da minha parte e eu respondi que ela deu sorte, por pouco não a empurro no lago (brincadeira, gente!). Aí vai a nossa foto:




E, então, fomos para a Grafton Street, que, como já disse, inicia no Saint Stephen's Green e termina lá no Trinity College, onde havíamos começado nosso dia!




As lojas já estavam fechando, mas deu tempo de entrarmos em algumas, como, por exemplo, a Brown Thomas, uma das melhores lojas de departamentos da cidade. E, também, de tirar uma foto com a estátua de Molly Malone, a ambulante de uma canção tradicional. Vejam como a cor está diferente no busto da Molly! Parece que as pessoas gostam de passar a mão ali... Por que será?




Bom, dali fomos jantar. Mas detalhes sobre restaurante e hotel estarão em um post separado, chamado “dicas e curiosidades”. 

Até o próximo post!

7 comments :

  1. Molly Malone também tinha que falar um "excuse me" pra que passa a mão boba no busto dela, ora pois!

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  2. Vc acredita que na emoção eu esqueci de passar a mão tb!?

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  3. Esta descrição da viagem do dia está com certeza muito melhor do que a descrição de Dublin por joyce em Ulisses!! Principalmente a parte da saga Nipo-cisneana!! rsrsrsrs Estamos em Veneza en lua-de-mel e a Ju está mandando força e paciência pra vocês! O problema aqui é o mesmo, mas o que mais me impressionou foi a quantidade de americanos furando fila! Vamos em frente Lu! Continuem registrando! A foto do cisne ficou irada! Beijos dos seus amigos Mário César e Juliana

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  4. O Sandro SEMPRE se incomoda com os japoneses por causa de fotos. Teve uma vez que uma se meteu bem na frente de uma placa no castelo de Edimburgo enquanto 4 pessoas estavam fotografando (o Sandro, uma dessas pessoas, claro). Enquanto alguém não foi lá tirar a guria, ficou todo mundo rindo parado uns olhando incrédulos para a cara dos outros...

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  5. Gleiber, essa viagem foi o meu limite, a partir dessa vez eu me meti na frente, cutuquei e também atrapalhei vários olhinhos puxados!

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  6. Oi Mário! Valeu pelo comentário! Espero que estejam amando a Itália! nossa lua-de-mel tb foi aí. Bjs pra vc e pra Ju!

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  7. Gleiber, ainda penso se ela não merecia um banho gelado. Rsrsrs.

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