24.10.10

Olha, é bastante cansativo esse negócio de “excursão”. Acordar cedo todo dia, ter hora para tudo, trocar de hotel quase todo dia, definitivamente não é bem o meu conceito de férias.

Mas, vamos lá, né? Acordamos cedo para pegar a estrada novamente. Desta vez, em direção à cidade de Pérgamo. Desde que, em 2007, conheci o Pergamon Museum em Berlim, fiquei doida para conhecer esta cidade. O museu tem este nome porque sua primeira atração é o Altar de Zeus da cidade de Pérgamo.

A cidade de Pérgamo fica no alto de uma montanha e, embaixo, fica a cidade de Bérgama. Chega-se de teleférico até lá.




Zélia, nossa guia, subiu no mesmo bondinho que a gente, com mais
outros dois casais de brasileiros. Olhava fixamente para frente, não se mexia, parecia nem respirar. Perguntávamos as coisas para ela e ela respondia rápido e sem piscar. Então, alguém perguntou se aquilo tudo era medo de altura e ela só respondeu: “hum hum”, movendo o mínimo de músculos possível. Coitada! Pior é que deve fazer isto uma vez por semana...

Pérgamo foi fundada pelos gregos no século VIII a.C. e foi uma cidade com grande importância durante diferentes séculos. O rei Átalo I (269 a.C. – 197 a.C.) foi quem construiu a tão famosa biblioteca de Pérgamo, que só perdia em tamanho para a biblioteca de Alexandria, no Egito. Fala-se que chegou a ter duzentos mil volumes!

Daqui também se originou o pergaminho (já dá para notar que o nome deriva da palavra Pérgamo, né?). Diz a lenda que os egípcios, com medo da dimensão que vinha tomando a biblioteca de Pérgamo, deixaram de exportar papiro para lá e, assim, o povo de Pérgamo acabou criando uma alternativa ao papiro, o pergaminho, que era feito de couro curtido de carneiro.

O declínio da biblioteca teve início em 133 a.C., quando Pérgamo passou para o domínio romano. Em 30 a.C., Marco Aurélio ofereceu o espólio da biblioteca de Pérgamo a Cleópatra do Egito como presente de casamento e, assim, seu acervo passou a integrar a biblioteca de Alexandria, sua maior rival.

Marco Aurélio e Cleópatra, antes personagens de filme para mim, agora tão reais quando olho as ruínas desta biblioteca...


Outra atração fascinante de Pérgamo é o teatro. Foi construído no século III a.C., possuía oitenta fileiras de assentos e acomodava dez mil pessoas!



É um dos teatros mais íngremes do mundo. Nossa guia, inclusive, não nos levou até lá. Contou que, antes, levava, até o dia em que um senhor teve uma vertigem e caiu. Processaram a empresa e tudo. Agora, ela avisa dos “riscos” e vai quem quer por sua própria conta. Óbvio que fomos. Embora seja meio tonta por natureza, não tive nenhuma vertigem. Apenas uma grande emoção ao sentar numa das fileiras e me imaginar assistindo algum espetáculo. Que coisa incrível devia ser a acústica deste lugar, não? Poder ouvir tudo que ocorria lá embaixo mesmo sem microfones e sistemas de som.




Outro ponto alto é o Templo de Trajano, construído em mármore branco e terminado no reinado de Adriano II (117-138 a.C.).



Há uma arquitetura bem interessante embaixo do Templo de Trajano, onde foram construídas suas fundações.



Como Pérgamo ficava no alto de uma colina, a construção destes arcos ajudaram a aplainar o terreno. Além disso, também aproveitaram para usar como local de armazenamento de mantimentos e funcionava como uma verdadeira geladeira, mantendo os alimentos frescos.

Só ficou uma pequena frustração no fim de tudo. A guia nem mencionou onde ficava o altar de Zeus... E eu acabei, na correria, só perguntando quando já estávamos na fila do teleférico para ir embora. Ela, então, mostrou onde era. Num local onde o Bruno imaginava que fosse mesmo. Um lugar tão pequeno perto da cidade inteira! Que loucura! No museu de Berlim parecia tão grande!

Depois da cidade de Pérgamo, nos dirigimos a Izmir. Foi tão rápido que nem de “tá visto” posso chamar! Foi só para esticarmos as pernas mesmo.

Izmir é a terceira maior cidade da Turquia e a que tem mais tendências ocidentais. Paramos próximo ao Golfo de Izmir, um lugar com uma vista realmente muito bonita. Estava ventando muito e o mar estava bastante agitado.


Depois de fotos e um sorvete, voltamos ao ônibus rumo a uma loja de roupas de couro.

Não era somente uma loja. Fomos acomodados em uma sala, o gerente nos saudou e iniciou-se um desfile. No fim do desfile, convidaram um homem e uma mulher para subir à passarela. A mulher escolhida para pagar o mico fui eu, é claro. Eu e um senhor argentino que foi a grande figura da viagem. Todo mundo rindo da gente...

Para agradar - e vender mais casacos -, o desfile terminou com os manequins vestidos com a camisa de futebol do Brasil e da Argentina.


Depois de comprar nossos casacos lindíssimos, seguimos para o hotel em Kusadasi. O dia seguinte seria bastante especial: Efesus e Pamukkale.

Até lá!

10 comments :

  1. Tá lido. Rs

    Gostei muito. Eu aprendo muito com suas viagens.

    Beijos

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  2. Oie! Como disse bem a Patricia, também estou aprendendo muito com as tuas viagens!

    Deve ser uma sensação muito legal rodar por lugares tão cheios de história!

    Pode ficar tranquila que vou dar um pulo aqui sempre que puder :D

    Bjo e paz! Michel
    www.rodandopelomundo.com

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  3. Oi linda
    Que teatro fascinante...
    O povo da época gostava de viver perigosamente sem medo de altura!!!
    adorei
    bjs
    lucila

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  4. Oi Lucila, incrível, né? Eles realmente valorizavam arte e cultura... Bjs, Lu.

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  5. Michel, que bom que vc gostou! Valeu pela força! Bjs.

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  6. Patresch, mto bom saber que vc tá aprendendo história com as minhas viagens. Essa é realmente uma das propostas do blog! Bjs.

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  7. Achei Pérgamo muito bonita. Esse teatro é curioso, pq tinha que ser tão íngreme? Não tinha um lugar mais plano para ele? Na foto me deu até medo...rs!

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  8. Gostei das geladerias modelo "Pérgamo", bem ecológicas!

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  9. Faltou postar o seu desfile de casaco de couro!

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  10. Fabi, o teatro tinha uma acústica perfeita porque havia uma montanha na frente, da mesma altura. Acústica natural, não é perfeito? Quanto ao meu desfile... não, acho melhor não... Rsrsrs

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